Não tentamos dissipar estereótipos alguns, só queriamos compartilhar a nossa experiência, bem como as nossas emoções.
A primeira coisa que nos supreendeu (muuuito!) foi o tempo em Portugal. Nós todos sabemos que Portugal é um país bem quentinho. Pelo menos pensávamos assim quando estávamos a fazer malas. Mas! Verificámos precisamente o contrário: embora todos os portuqueses neguem a existência do Inverno e do frio no seu país, verdade seja dita, não sentimos muito calor por lá!

A única coisa que nos salvou foi o aquecedor porque nos faltou o aquecimento central (se não há Inverno, para que é que serve ter aquecimento central?!) E foi-nos difícil compreender como é que os portugueses podiam estar nas esplanadas à noite a beber cerveja ou a tomar o seu cafezinho.
Também vale a pena descrever o ambiente bem especial da cidade estudantil. Nota-se nem só pela quantidade dos estudantes ou pela beleza da Universidade mais antiga de Portugal, mas o que é mais importante é que se pode sentir a presença das tradições ricas. Uma delas é, com certeza, fado de Coimbra, ou seja fado estudantil. É tão diferente do fado de Lisboa que ainda não se podem ser comparados. É cheio da energia e entusiasmo juvenil, mas ao mesmo tempo é muito lindo e não deixa de tocar no coração das pessoas!
Mas nem tudo é tão fácil no mundo estudantil de Coimbra. Estámos a falar sobre a praxe. Claro que todos já conhecem este fenómeno. Nesta vez vimos o reverso da medalha: nem sabíamos que há o movimento anti-praxe entre os esdudantes, e quase toda a comunidade estudantil está dividida em dois grupos – pro e contra a praxe. Os primeiros defendem as tradições e a história rica da Universidade dizendo que é um dos fenómenos particulares de Coimbra. Outros insistem que a praxe representa humilhação, desigualdade, hierarquia e discriminação. Também refutam o conceito de traje como o símbolo da hierarquia.

Outra coisa que nos supreendeu é a actividade dos estudantes seja social contra a praxe ou as propinas, seja política a favor dos direitos humanos. O exemplo mais flagrante aqui é a República feminina e feminista chamada A República das Marias do Loureiro. Não vamos descrever o conceito da república em pormenores porque este tema merece mais um artigo, só queriamos mencionar esta mesma república porque as raparigas que moram lá lutam pelos direitos das mulheres.

Conhecemo-las na apresentação do filme brasileiro “Anjos do Sol” sobre a exploração sexual das crianças e tráfico das pessoas para os fins comerciais no Brasil. Para ver o filme à casa das Marias chegaram pessoas bem diferentes, nem só mulheres ou feministas. Depois do filme teve lugar uma discussão muito viva sobre o assunto que se desenvolveu noutra sobre imigração ilegal, direito para o aborto, prostituição nem só no Brasil mas em todo o mundo. Ficámos muito impressionadas pela conversa e pelas Marias, bem como pelos temas abordados.
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Achamos que tivemos sorte de encontrar tais pessoas e é muito prazer para nós em conhecê-las e em termos sentido o ambiente especial da cidade porque nem todos os estudantes de Moscovo tem uma oportunidade destas. Da nossa parte fizemos o nosso melhor a representarmos a Rússia!
Catarina Casacova, Alhona Péplova
